terça-feira, 18 de outubro de 2011

A importância do Contexto Político para a compreensão do Novo Testamento

Para se obter uma verdadeira compreensão e interpretação do Novo Testamento, faz-se extremamente necessário que haja um bom entendimento sobre o contexto político, não só daquela época, mas também do último livro do Antigo Testamento, passando pelo Período Interbíblico, para assim chegarmos e compreendermos o contexto político presente nas páginas do Novo Testamento. Portanto, para se compreender o contexto político do Novo Testamento, se faz necessário um retorno à história de Israel.

Essa magnífica história nos narrada nos Evangelhos, nos acontecimentos de Atos e nas sábias cartas e epístolas, possui uma forte influência política que, sem uma verdadeira investigação, nos passará despercebida. Nosso amado Jesus não fez parte apenas de um mundo religioso ou social, mas político e esse mundo político afetou toda a história narrada no Evangelho, pois este ambiente politizado afetava e fazia parte de toda a vida do povo, em todos os aspectos.

Podemos entender, portanto, que a política, que tanto influenciou a vida de nosso Senhor Jesus, desde bebê – pois ao nascer teve que mudar da Judéia ao Egito e do Egito à Galiléia, porque o poder político da época (Herodes e Arquelau) os havia forçado a isso – até a sua morte – onde vemos a presença do governador Pôncio Pilatos e do Sinédrio, decidindo a razão de Cristo ser condenado – se torna uma análise essencial ao Evangelho. Assim, se compreendermos o aspecto político do Novo Testamento, estaremos compreendendo mais sobre a vida de Cristo na terra e ficaremos ainda mais perto de uma interpretação bíblica correta.

O resultado de tudo isso é que podemos observar os judeus do Novo Testamento muito diferentes do Antigo, e essa afirmação pode e deve ser explicada, principalmente, pela ação política na nação de Israel.

No Novo Testamento vemos dois tipos de política em vigência: a Política Interna e a Política Externa e a Política Interna. Na Externa, vemos o poderio do Império Romano em forte domínio sobre a Palestina através de Herodes, o Grande e seus sucessores. E na Interna, estava nas mãos dos religiosos, vemos assim, o poder do Sinédrio, um grupo formado pelos fariseus, saduceus, e famílias de influência da época. Por isso, podemos concluir que até mesmo a parte religiosa estava sendo também política, e, portanto, todo esse aspecto político presente não pode ser negado por um verdadeiro estudioso do Novo Testamento, pois este precisa conhecer um pouco, ao menos, do processo que desembocou no ambiente de formação do Novo Testamento.

Estudar a Palavra de Deus é um princípio eterno que deve ser feito com zelo, levando em conta que além da revelação de Deus à nós, a Palavra possui seu contexto histórico, político e cultural que, se bem compreendidos, nos trarão uma boa compreensão e interpretação do Novo Testamento.

Que Deus seja sempre louvado!

Carla de Cássia Coutinho

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A Atitude Diante do Chamado de Deus

É importante pra você? É importante de alguma forma que a Jerusalém espiritual de Deus, a Igreja, pode estar casada hoje com o mundo?” David Wilkerson

Diante desta realidade, podemos pensar: Porque existe essa falta de atitude dos cristãos diante de tudo isso?
Há diversas desculpas: tempo, falta de oportunidade, cansaço, e a priorização de outras coisas da vida (faculdade, emprego, etc.). Porém, se é esquecido que, quando se ouve o chamado de Deus para servi-lo, isso já deve gerar conseqüências em nossas vidas, pois estamos vivendo em um mundo em que percebemos os sinais, já anunciados por Cristo, acontecendo: catástrofes naturais e grandes problemas mundiais aparentemente insolúveis.
Ao buscarmos encontrar algumas atitudes da Igreja do Senhor Jesus, percebemos, em muitas vezes, que ela está perecendo também, mas de forma espiritual. O pecado tem ocasionado o egoísmo, a soberba, o legalismo, a ausência do amor, e a falta da verdadeira pregação, baseada na Palavra de Deus, tem criado falsos avivamentos e por conseqüência, um povo que acaba se tornando infrutífero e sem crescimento.
Exceto raros casos, não estamos mais vendo jovens orando, chorando e se angustiando por fazer algo que mude sua geração, não vemos professores das escolas dominicais chorando e clamando pela salvação de suas crianças, procuramos, mas não vemos os verdadeiros avivamentos que causam um profundo arrependimento e anseio por pregar a Palavra do Senhor, pois o que, na maioria das vezes vemos, é a passividade dos chamados homens e mulheres de Deus em aceitar tudo isso que nós temos vivido e preferindo o mais fácil, permanecer em seu conforto.
O chamado deve tirar a pessoa de um lugar de comodismo e conforto espiritual. Fazendo assim, com que a pessoa chamada tenha um coração inquieto e angustiado em ver a realidade. A pessoa deve querer reconstruir algo que está destruído.
O amor pelo Senhor é gerado através da obediência (João 14:21,24), e obedecê-lo é promover atos com intenções que agradam à Ele, procurando observar diligentemente a Palavra do Senhor, e ao observá-la veremos que Deus criou o mundo inteiro, as pessoas, e que toda essa criação está sendo arruinada pelo pecado, mas Deus nos enviou seu Filho, Ele é o Cordeiro de Deus que é capaz de tirar o pecado do mundo (João 1:29), e o Filho nos ensinou que devemos orar, devemos sair de nosso comodismo, pois disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho...” (Marcos 16:15).
O que nos motiva a ter atitude diante do mundo de hoje deve ser essa gratidão, esse amor, essa obediência ao Senhor, e ninguém e nada mais pode colocar isso no homem, sem ser a própria Palavra de Deus. Esse anseio de querer agir, orando, espalhando o Evangelho, ansiando em ler a Palavra para vivê-la e expandi-la, só poderá vir por meio da própria Palavra, só ela pode convencer o homem, pois ela vem de Deus. Por isso, a pregação deve ser restaurada, devemos começar a pregar e incentivar a Igreja a aprender, não aquilo que achamos que o povo gostaria de ouvir, e nem aquilo que nos dará mais status, mas sim a Palavra da Verdade, que as confronta, e quando confrontadas possam escolher: “Apenas quero ser um cristão comum, não quero carregar um peso tão grande assim.” ou “Estou aqui Senhor, entendi que o Senhor tem procurado homens e mulheres segundo o seu coração para trazer mudança à esse mundo e à sua Igreja.”
Sendo assim, levo-me a refletir e entender que todos os pregadores e pastores deveriam passar por um tempo de preparação e de estudo da Palavra antes de engrenar em seus ministérios, pois isso não é desconsiderar a unção e a capacitação de Deus, mas sim muito considerá-la e entender a responsabilidade de se ser um “arauto” de Deus. Os futuros pastores que estão nos seminários devem compreender a importância de sair de seu tempo de preparação com temor e amor pela Palavra, não a usando somente como técnica, mas dispostos a fazer a obra de Deus conforme a vontade de Deus, e mudar a realidade por onde eles passarem. Pois se a restauração da motivação do cristão em ser um cristão de atitude vem por meio da Palavra, nada mais importante que os líderes e pregadores da Palavra, que Deus levantou nesse mundo, estejam alertas, entendendo que a atitude do povo de Deus pode vir de suas atitudes de mudança. Atitudes geram atitudes, pois todo exemplo é influente.
A palavra atitude quer dizer “Exteriorização de um intento ou propósito. Norma de proceder, comportamento.” (AURÉLIO, 1986).
John C. Maxwell (2003, p.17,21) nos define atitude de maneira muito interessante, dizendo que “A atitude realmente tem a ver com o modo de ser de uma pessoa. Isso passa a ser refletido em seu modo de agir.” E continua afirmando que “... atitude é um sentimento interior que se expressa por meio do comportamento.
Por isso podemos afirmar que, o que o coração do homem deseja, refletirá em suas atitudes, pois o ser é conseqüência do agir. É impossível mudar as ações visíveis sem mudar primeiramente os sentimentos, que são invisíveis.
Portanto, a atitude é, primeiramente, um reflexo, uma exteriorização de algo que está por dentro. E se o que estiver reinando no caráter e no interior do homem for Cristo, poderíamos imaginar o que seria exteriorizado?

Continua...
No amor de Cristo,
Carla de Cássia Coutinho

As Consequências do Chamado De Deus


O chamado de Deus sempre trará conseqüências na minha, na sua vida, assim como também trouxe muitas conseqüências na vida de Jeremias...
Podemos assim fazer a leitura de "Jeremias 1" e compreendermos melhor o seu chamado.
Bom, mas quando me lembro de Jeremias, me lembro também dos mártires. E quantos de nós já não ouvimos falar dos mártires? São pessoas que receberam um chamado de Deus, e foram enviados a um lugar para anunciar aquilo Deus os havia ordenado. Mas, ao chegarem a este lugar eles se deparam com uma situação de ruína espiritual, e por começarem a anunciar a salvação, são perseguidos, sendo que, muitos são forçados a negar sua fé, e por não a negarem, são mortos. E muitas vezes ouvimos falar de muitas outras situações que esses homens tiveram que passar...
Então, podemos nos questionar: Será que o chamado de Deus para eles os levaram a uma entrega de suas próprias vidas? Podemos entender que sim... Pois o chamado de Deus sempre requer as nossas próprias vidas, e para isso, a maioria das vezes, não será necessário nem mesmo morrer.
Foi isso o que aconteceu com Jeremias, não como um mártir, pois não sabemos se fora ou não, mas porque o chamado de Deus na sua vida exigiu uma entrega da mesma, para que assim, ele pudesse seguir aquilo que Deus o havia ordenado.
Nós acabamos de ler o momento em que Deus chamou Jeremias para ser profeta, e Jeremias sabia quão difícil era anunciar a vontade de Deus naqueles dias, pois o povo que era pra ser devoto a Deus, o povo que Deus havia escolhido, se tornou idólatra, desonesto, corrupto, desobediente... E seria para esse povo que Jeremias teria que profetizar.
Seu chamado foi especial, mostrando a onisciência de Deus, que o conhecia e o chamou pelo nome, assim como havia chamado Ciro pelo nome, até mesmo antes desse poderoso homem vir à existência. (Is 44:28; Is 45:1-13).
Em seu chamado Deus o deu 2 visões:
· Vara de Amendoeira. (v.11,12)
A palavra hebraica para “Vara de Amendoeira” é muito parecida com a palavra “vigiar”, por isso Deus o disse: “Eu estarei vigiando para que minha palavra se cumpra.”
F. B. Meyer diz que “Ela acorda do sono do inverno antes das outras; floresce em janeiro e frutifica em março. Ela indicava a rapidez do movimento de Deus.”
· Panela de fogo
- Por causa da maldade do povo, Deus faria com que do Norte (Babilônia) viesse o mal e se derramasse sobre o povo de Deus.
Portanto, por tudo isso, nós percebemos que o chamado de Deus na vida de Jeremias mudou completamente sua vida, e trouxe muitas conseqüências à ela. Mostrando que quando Deus o chamou existiu um preço, e esse preço era a sua vida.
Por isso, creio que Deus quer nos mostrar hoje por meio de Sua Palavra que ...
O CHAMADO DE DEUS NA VIDA DO HOMEM REQUER SUA PRÓPRIA VIDA
E podemos ver algumas conseqüências desse chamado na vida de Jeremias, que também são presentes em nossas vidas, como chamados de Deus.
I. As limitações em que o homem se apega, não são justificativas aceitáveis a um Deus Onisciente. (v.5-7, 9)
1. Deus nos chama antes termos feito algo bom diante do seu conceito.
“... desde o ventre”.
Deus, dizendo que o conhecia desde o ventre, mostra a Jeremias que o chamou antes mesmo dele ter feito algo bom diante de Seu conceito.
No ventre, não se pode fazer nenhuma obra boa ou algo que o faça merecer ser chamado ou não, e Deus o estava mostrando que Ele escolhe o homem desde ali.
2. A onisciência de Deus torna as nossas justificativas, totalmente injustificáveis.
Jeremias temeu por causa de sua idade, e em qual limitação você se apega?
Durante muito tempo – desde que eu pude compreender um pouco sobre o chamado de Deus para minha vida – eu impus várias desculpas e limitações em mim, querendo “explicar” a Deus qual era a razão pela qual eu não conseguiria realizar aquilo pelo qual Ele me chamou. Por ser nova, por ser mulher, por ser tímida, tudo isso sempre foram desculpas as quais eu me apegava. Porém, em todo tempo eu me esquecia que a onisciência de Deus, por Deus já saber de tudo o que há e não há em mim, tornava as minhas desculpas, indesculpáveis.
O chamado de Deus requer nossas vidas porque as nossas limitações devem começar a ser deixadas a mercê da soberania de Deus.
Resultado disso:
Havia intrepidez e a firmeza dele durante seu ministério profético, tal vigor incomum não era algo inerente a Jeremias, mas deveras provinha de ele se apoiar plenamente em Deus.
A reputação de coragem e intrepidez de Jeremias era tamanha que, durante o ministério terrestre de Jesus, alguns julgavam ser ele o Jeremias que voltou à vida.” (Fonte:)
Mas não só teremos que abandonar nossas limitações, mas também saber que...

II. Os conflitos serão sempre constantes na vida daquele que foi chamado por Deus. (v. 18)
1. A existência do sofrimento é incontestável.
Imagine você sendo chamado para confrontar um amigo a respeito de um comportamento errado? É algo difícil. Mas Jeremias não foi chamado por Deus para confrontar um amigo, mas toda uma nação, e ele deveria proferir palavras duras durante 40 anos.
Por seu amor ao povo que estava obstinado, o conhecemos como “profeta chorão”, que sempre lamentava ao Senhor. Jeremias não se casou.
Certa vez, Deus o mandou quebrar um vaso diante dos anciãos e sacerdotes dizendo-lhesAssim diz o SENHOR dos Exércitos: Deste modo quebrarei eu este povo e esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que não pode mais refazer-se...”. Jr 19.11
Porém, eu não estou dizendo isso para que pensemos ‘Quão ruim é ser chamado por Deus’, mas sim para que nos conscientizemos que os conflitos, exteriores e interiores fazem parte do chamado de Deus, por isso ele requer as nossas vidas...
Pois muitas vezes, ser chamado por Deus nos faz anunciar o que a Igreja não quer mais ouvir! Nos faz sentir descontentes, aflitos em ver a Igreja como está hoje, e muitas vezes se lamentar na presença de Deus como Jeremias! Nos faz passar por renúncias e sofrimento!
2. O sofrimento na vida com Deus não se torna dano, mas vantagem.
Mas algo sempre nos vai nos alegrar... Pois um sofrimento que vêm de Deus, que é permitido por Deus, não poderá nos levar a nenhum outro lugar, senão ao próprio Deus... E todo o sofrimento na vida com Deus não se torna dano, mas vantagem, pois há um desígnio de Deus por trás desse sofrimento.
E isso aconteceu com Jeremias, pois mesmo em meio aos conflitos e aflições, ele viu mais uma conseqüência do seu chamado...
III. Deus sempre será solicito àquele que Ele mesmo chamou. (8; 19)
1. O cuidado de Deus sempre será manifesto.
Em todos os seus mais de 40 anos de serviço profético, Jeremias não foi abandonado. Deus sempre esteve com ele para livrá-lo dos seus inimigos. E, sempre que necessário, falava com Jeremias, que, por sua vez, deleitava-se com as palavras do Deus que sempre o assistia.
Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR Deus dos Exércitos.” (Je 15:16)
2. Deus pode não tornar imediato o resultado do nosso chamado, mas estes sempre serão certos.
Anunciar a vontade de Deus, muitas vezes, não é anunciar aquilo que queremos. Jeremias foi prova disso. E com seus olhos voltados para o presente, ele lamentava pelo terrível momento que seu povo passava. Mas Deus já tinha um desígnio para o cativeiro: o desígnio da restauração.
Nós não podemos até mesmo ver os frutos do chamado de Deus para nossas vidas de maneira imediata, mas devemos ter sempre a certeza de que o Deus que, por sua misericórdia, nos é solicito, cumprirá o seu desígnio no Seu tempo.
Sempre valerá a pena nos entregarmos a esse chamado de Deus, que requer nossas próprias vidas.
CONCLUSÃO:
Portanto, Jeremias se fez um exemplo pra nós de como o chamado de Deus requer nossas próprias vidas.
Porém, existe um exemplo muito maior que Jeremias, maior que qualquer homem, maior que qualquer religião... e este exemplo é Jesus Cristo.
Ele não deu desculpas a Deus como eu e você, Ele enfrentou todos os conflitos necessários, sempre sendo prova do grande cuidado de Deus... E Ele, mais do que ninguém, sabe que o chamado de Deus ao homem requer sua própria vida!
Carla de Cássia Coutinho
Com a Graça do nosso amado Senhor, Jesus Cristo!

Ah, como eu queria!

Ah, se eu pudesse Ter muitos anos de vida Quanta coisa veria, Tantas e tantas, viveria Uns três mil anos me bastava Com estes...